A hipocrisia dos 200 jatos privados na COP26
A 26.ª Conferência das Nações Unidas sobre as Alterações Climáticas (COP26) está a decorrer até ao dia 12 de novembro.
Vários líderes mundiais como o primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, o Príncipe Charles, o presidente dos EUA, Joe Biden, o presidente da França, Emmanuel Macron, e o primeiro-ministro de Israel, Naftali Bennett, enquanto promovem esforços para reduzir as emissões de carbono, deslocaram-se em jatos privados para a Conferência em Glasgow.
O presidente dos EUA, Joe Biden, que prometeu “uma liderança pelo exemplo”, levou uma frota de quatro aviões, um helicóptero, uma limusina blindada e vários SUV.
Segundo o Daily Mail, esta frota de jatos privados vai emitir cerca de 13 mil toneladas de dióxido de carbono, o equivalente à que é emitida por cerca de 1600 pessoas num ano.
Não se consegue ter a certeza de quantos jatos serão ao todo, algumas fontes falam em cerca de 200 enquanto outras em mais de 400.
De acordo com o FlightRadar24, houve 182 voos não comerciais para os aeroportos de Glasgow, Prestwick e Edimburgo desde 27 de outubro, excluindo as viagens de carga, regulares ou locais. Registou-se cerca do dobro do total dos seis dias anteriores e estes dados ainda excluem alguns voos como o do avião do Presidente Biden.
A empresa de análise de aviação Cirium disse à BBC que houve um total de 76 voos de jatos privados, ou voos VIP, que chegaram a Glasgow e arredores nos quatro dias anteriores a 1 de novembro.
Um estudo divulgado em 2020, mostrou que as viagens de jatos particulares foram responsáveis por quase 34 milhões de toneladas métricas de carbono em 2016, ou seja, mais que alguns países produzem durante um ano inteiro. Quatro horas de voo num jato particular polui tanto quanto um cidadão europeu durante um ano.